Autor: Deborah Ribeiro

Aegyptologos: Egiptologia compartilhada.

Aegyptologus

Brasil e Portugal, duas realidades que conheço bem, são caracterizados pela pouca oferta de profissionais devidamente qualificados para o ensino e a precária estrutura para a investigação de temas da Egiptologia. Em um país de dimensões continentais como o Brasil, isso ainda se agravava quando um estudante ou interessado encontrava-se a muitas centenas de kilômetros da instituição mais próxima, inviabilizando não apenas uma pesquisa, mas às vezes, uma vocação. Por isso tive a ideia de criar esse espaço dedicado ao estudo de Egiptologia para os falantes de português. O site é na verdade uma proposta em perpétuo movimento.

Em Deir el-Bahari

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Na tradição cristã, o Domingo de Ramos marca a entrada de Jesus em Jerusalém. Sua entrada na cidade é celebrada pelo povo que trás ramos nas mãos, que são agitados representando a alegria e a recepção deste momento. Encontramos algo semelhante no templo da rainha Hatshepsut, construído em Deir el-Bahari. Na Capela de Háthor, no segundo nível do pavimento (foto) temos a chegada da expedição que esta rainha enviou à terra de Punt (provavelmente próximo da atual Somália). Nela, os membros da expedição que retornam à Tebas carregam palmas como sinal de boas vindas. Encontramos ainda no Egito antigo a presença destas palmas como símbolo de recepção a alguém que chega, segura pelas divindades que guardam os portões do mundo inferior, provavelmente por serem também um símbolo de representação contra o mal. Não podemos afirmar que existe uma correlação entre as palmas do Domingo de Ramos e as encontradas no Egito antigo, mas é interessante observar que os mesmos símbolos são encontrados em culturas diferentes com sentidos semelhantes.

Antonio Brancaglion Jr.

Luxor, 14 de Abril de 2014