A Multifoco Editora o Seshat convidam a todos para o lançamento do livro “O Egito antigo – novas contribuições brasileiras”. Organização de Rennan de Souza Lemos, Entrevista com o Prof. Dr. Antonio Brancaglion Junior, Prefácio da Prof.ª Dr.ª Margaret Bakos e posfácio do Prof. Dr. Ronaldo Gurgel Pereira. O livro é composto por trabalhos de pós-graduandos de diversas regiões do Brasil. Espaço Multifoco, Rua Mem de Sá, 126, Lapa, Rio de Janeiro.
Autor: Rennan Lemos
Selecionados para o curso de extensão “Arqueologia, ritual e religião no Egito antigo: Akhenaton e o período de Amarna”
Selecionados para a 1ª turma (sábados, 27 de setembro à 25 de outubro de 2014)
Foram pouco mais de 320 inscritos para o curso de extensão “Arqueologia, ritual e religião no Egito antigo: Akhenaton e o período de Amarna”. Este número reflete o grande interesse que o Egito antigo desperta em estudantes de graduação (a maioria dos inscritos), seja em termos de pesquisa acadêmica ou de interesse geral.
O auditório da biblioteca do Museu Nacional não possui capacidade para tantas pessoas. Isso faz com que tenhamos que limitar o número de aceitos neste curso. Pretendemos, no entanto, realizar em breve outra edição desta atividade, oferecendo oportunidade para os que não poderão participar neste momento. Além disso, em breve divulgaremos informações
sobre a II SEMNA – Semana de Egiptologia do Museu Nacional, que ocorrerá de 2 a 5 de dezembro. Esta será também outra oportunidade para aqueles que não conseguiram uma vaga agora terem contato com diversos temas de Egiptologia.
Os critérios utilizados foram os previamente divulgados na página de inscrição no site do Seshat: 1) alunos de graduação; 2) professores do ensino básico; 3) demais interessados. Por se tratar de uma atividade de maior teor acadêmico, de instrumentalização teórica para futuras pesquisas, foi dada preferência, entre os alunos de graduação, àqueles que já estão ou pretendem desenvolver pesquisas na área.
A listagem com os nomes dos selecionados segue abaixo (estas pessoas também serão contatadas por e-mail). Pedimos que confirmem sua presença no curso através do e-mail laboratorioseshat@gmail.com até o dia 22/9. Caso não recebamos essa confirmação, a vaga será transferida para outra pessoa.
Conferencia de Egiptología Latinoamericana
O evento será realizado na Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina, no dias 7 e 8 de agosto de 2014 e será um marco importante para a construção e o fortalecimento do diálogo entre os egiptólogos da América Latina.
Organizada pelo Instituto de Historia Antigua Oriental “Dr. Abraham Rosenvasser” e as Cátedras de Historia Antigua I (Oriente) “A” e “B” (Facultad de Filosofía y Letras, Universidad de Buenos Aires), o evento conta também com a participação de membros do Seshat.
Confira aqui a programação.
Ciclo de Palestras – Egito, FAAP – São Paulo
Ciclo de Palestras em Egiptologia na FAAP, São Paulo, com o Prof. Dr. Antonio Brancaglion Junior.
01/09/2014 – segunda-feira 19h às 22h15 (15 min intervalo)
O “LIVRO PARA SAIR AO DIA”: O LIVRO EGÍPCIO DOS MORTOS
29/09/2014 – segunda-feira 19h às 22h15 (15 min intervalo)
DEUSES E MITOS: O SAGRADO NO EGITO ANTIGO
01/11/2014 – sábado 9h às 12h15 (15 min intervalo)
O FARAÓ E A SACRALIZAÇÃO DO PODER
22/11/2014 – sábado 9h às 12h15 (15 min intervalo)
ENTRE O CÉU E A TERRA: PIRÂMIDES E TEMPLOS DO EGITO ANTIGO
Para maiores informações e inscrições, visitem o link:
http://www.faap.br/nucleocultura/palestras/palestra-egito.asp
O Egito antigo entre a arte, a religião e o ensino. Breve relato sobre o minicurso na UFBA.
Nos dias 14, 15 e 16 de julho estive na UFBA em Salvador para ministrar o curso “O Egito antigo entre a arte, a religião e o ensino” a convite dos Professores Marina Cavicchioli, de História Antiga e Marcelo Pereira Lima, de História Medieval. O minicurso é resultado de uma parceria entre o CMAC (Grupo de pesquisa em Cultura Material, Antiguidade e Cotidiano) e o Vivarium.
Uma paisagem cheia de cores
No decorrer do trabalho de campo é comum que as missões visitem outras escavações e sítios arqueológicos nas proximidades. Escavar no complexo funerário de Neferhotep significa ser vizinho de muitas escavações, sítios e monumentos. Por exemplo, basta que viremos para o lado para podermos admirar o templo da rainha Hatshepsut em Deir el-Bahri.
Caminhar pela necrópole tebana é um ótimo exercício de apreensão da paisagem. Podemos perceber sua composição atual e também ter alguns indícios dos significados atribuídos pelos egípcios antigos àquela paisagem dinâmica, complexa e animada.
Enxergar a materialidade para agir no mundo: o Egito antigo no III Curso de Formação de Mediadores do Museu Nacional
Hoje demos vida às peças egípcias em exposição no Museu Nacional do Brasil – essa foi a impressão que os alunos do III Curso de Formação de Mediadores promovido pela Seção de Assistência ao Ensino fizeram questão de registrar. O objetivo da aula sobre o Egito antigo ministrada por mim hoje para os mediadores bolsistas de graduação e os alunos do Colégio Pedro II – a estes, minha especial admiração – não foi somente contar a história do Egito antigo mais uma vez, mas sim trazer essa história, através da cultura material, para o presente, refletindo criticamente sobre as contribuições que o Egito antigo pode dar a quem visita o Museu Nacional.
Comecei contando um caso que vivi recentemente. Costumo visitar às vezes a sala egípcia para ver as peças, refletir sobre diversas coisas e ouvir as pessoas que por lá passam. Certa vez uma moça que aparentava ser de origem humilde junto com uma criança chegou perto do caixão com a múmia de Sha-Amun-em-su. Aproximavam-se sem nenhuma familiaridade com aquilo tudo, então resolvi puxar assunto. Contei a história da vida de Sha-Amun-em-su para essa moça: ela tinha sido uma mulher que morreu há muito, muito tempo e que havia sido uma cantora. Imediatamente a reação da moça que visitava o Museu foi me dizer: “Não! É múmia!”
Isso me tocou profundamente. A cultura material é desumanizada: não há, por grande parte das pessoas que por ali passa diariamente, a consciência de que se trata de seres humanos, e que foram mulheres e homens como nós – apesar de tão diferentes – que produziram aqueles maravilhosos objetos, lindíssimas expressões de humanidade, de crenças e práticas bastante peculiares.
Disse aos futuros mediadores do Museu Nacional que a maior tarefa que eles têm é a de humanizar as exposições. Somente dessa forma, sensíveis às diferenças e imensa variedade da experiência humana, no passado remoto e nos dias de hoje, é que as pessoas vão poder, por si só, também “dar vida” àquelas peças em exposição.
O Egito antigo, assim como todas as outras exposições do Museu Nacional, tem o enorme potencial de fazer com que todos percebam o mundo em que estamos inseridos hoje, através do olhar. A maior tarefa do Museu é alfabetizar o olhar para que as pessoas se tornem conscientes da materialidade que nos rodeia a todo o instante. É nessa materialidade que nossa vida se desenrola; onde estão marcadas as relações sociais de desigualdade, de pluralidade. Nós somos parte dessa materialidade e podemos modificá-la: “Se podes olhar, vê, Se podes ver, repara”, já disse José Saramago. Repara, ele nos diz, não somente no sentido de perceber, mas sim de consertar. Só podemos consertar o que conhecemos, e para conhecermos, precisamos estar conscientes do que somos em relação ao outro – diferente, porém absolutamente encantador.
Abordar a cultura material presente na exposição egípcia dessa forma muda completamente o sentido das coisas. De exóticas, estranhas, monstruosas (as múmias), as coisas tornam-se parte da nossa vida, ajudam a criar identidade e a noção de que, por mais que as coisas pareçam não mudar, estão em constante processo de modificação. O Egito antigo é um ótimo laboratório para desenvolver nas pessoas essa noção: uma cultura que durou por milênios aparentemente estática aos olhos destreinados, foi criativa, inovadora, altamente dinâmica e plural. E, sendo assim, produziu monumentos maravilhosos que hoje são patrimônio da humanidade, registro da grandiosa experiência humana no passado.
Os mediadores do Museu Nacional devem explorar esse potencial tendo a consciência plena de que podem – e devem – ver para reparar, através do exercício crítico e da percepção da materialidade das coisas, que mudam, que são históricas e possíveis de serem modificadas. A explicação dos detalhes das peças é absolutamente crucial para a compreensão da alteridade e construção de identidade e senso crítico através da cultura material, mas não deve se tornar o objetivo principal da mediação. O objetivo é chegar às pessoas; torná-las conscientes de que tudo está em mudança, de que o diferente deve ser valorizado, porque todos somos seres humanos e experimentamos o mundo de formas variadas.
Gostaria de agradecer a todos que participaram como alunos e aos organizadores pela oportunidade de aprender um pouco mais a enxergar – e reparar!
Curso: O Egito Antigo entre a arte, a religião e o ensino
Nos dias 14, 15 e 16 de julho a Ms. Thais Rocha da Silva irá ministrar na Universidade Federal da Bahia o minicurso O Egito antigo entre a arte, a religião e o ensino.
Ementa do curso: Discutir e apresentar as apropriações do Egito antigo no ensino brasileiro, dentro e fora da universidade. A partir da desconstrução de alguns paradigmas e da documentação textual e material, propomos analisar a sociedade egípcia problematizando ideias em torno de uma “religião” e de uma “arte” egípcias. Nesse escopo pretende-se discutir a visão dos egípcios sobre o mundo e a sua relação com a morte, destacando as principais abordagens da historiografia atual.