Todo mês um deus egípcio diferente
Mehet-Weret ou Mehet-Ueret
Deusa Primordial que aparece pela primeira vez mencionada no “Texto das Pirâmides”. Representada por uma vaca ou mulher com cabeça de vaca com o disco solar entre os chifres ela simboliza a Cheia Primordial, a Primeira Inundação sendo a contraparte feminina do Nun, o Oceano Primordial de onde surgiu a Vida.
Seu nome significa “A Grande Inundação” possuindo os epítetos de “O Mais Antigo dos Seres”; a “Ilha” ou o “Monte” uma alusão a ideia da terra que emergiu do Oceano Primordial sobre o qual surgiu a Vida e a Ordem.
Uma das representações mais interessantes desta deusa foi encontrada na tumba de Tutankhamun: uma cabeça de vaca com a pele feita de ouro que emerge da escuridão primordial, sem o disco solar ela representa a chegada da luz ao mundo antes de dar vida ao deus-sol (foto 1).
Segundo seu mito escrito no Templo de Esna, ela é a mãe do deus-sol Rê e participou da Criação pronunciando as 7 palavras de poder junto com a deusa Neith.
Identificada com Háthor e Nut, ela aparece no Capítulo 17 do “Livro dos Mortos” como uma vaca deitada envolta em uma mortalha trazendo o açoite-nekhakha (foto 2). Neste seu aspecto funerário ela propicia aos mortos uma nova existência, ela é a luz que saiu da escuridão e a inundação que fertiliza os campos.
No leito funerário de Tutankhamun, formado por duas vacas, uma delas (foto 3) possui uma inscrição cursiva a identificando com Ísis-Mehte-Weret este leito tinha a função mágica de fazer com que Tutankhamun ascendesse aos céus como se fosse o deus-sol.
Texto e Fotos: prof. A. Brancaglion