Vem aí a décima edição da SEMNA, a Semana de Egiptologia do Museu Nacional, um espaço de diálogo, debate e divulgação das produções acadêmicas sobre o antigo Egito.
A X SEMNA ocorrerá entre os dias 02 e 06 de dezembro, das 10h às 17h, na sala multiuso do Horto Botânico do Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Rio de Janeiro.
Em sua nona edição, a Semana de Egiptologia do Museu Nacional retorna presencialmente para realizar debates diversos e interdisciplinares sobre o antigo Egito, sobretudo nos âmbitos da História e Arqueologia.
A SEMNA, como é conhecida pelos participantes, acontecerá de 27/11 a 1/12 de 2023. O Laboratório de Seshat aguarda você na SEMNA!
Neste ano a SEMNA completa 8 anos e acontecerá entre os dias 29 de novembro a 3 de dezembro de 2021. Será uma edição especial, em homenagem ao Prof. Dr. Antonio Brancaglion Jr.
Em virtude da pandemia de COVID-19 o evento será online (remoto) e transmitido através do canal do Youtube do Museu Nacional:
Está disponível para download a 2ª edição dos Anais da VI Semna, realizada em dezembro de 2018. É possível realizar o download aqui, ou através de nossa página de Publicações.
Marcos Davi Duarte é #BolsistaDestaque da CAPES! Ele é doutorando em Arqueologia do Museu Nacional/UFRJ e também integra a equipe do Seshat.
De acordo com Marcos Davi: “O objetivo da pesquisa é compreender melhor, por meio de ferramentas como a Astronomia, como as relações de poder em Creta se sucederam e como isso contribuía para a manutenção das realezas e aristocracias locais. Sabemos que o homem, desde tempos antigos, observa o céu e o tem, ainda, como elemento de aquisição de datas de calendário, como a exemplo dos solstícios e equinócios, que ainda nos definem as marcações dos anos.”
Lançamento do livro “Seen unseen: 3d visualizations” dia 2 de setembro, às 19h, na livraria da Travessa do Shopping Leblon. É o terceiro livro sobre a série de pesquisas envolvendo as tecnologias tridimensionais as quais o Laboratório Seshat tem muito orgulho de participar. O livro conta com 116 autores sendo 22 deles docentes, técnicos e alunos do Museu Nacional. As pesquisas envolvem 38 instituições de 10 países, incluindo nove universidades, três no Brasil e seis no exterior e oito museus, quatro no país e quatro internacionais. Serão 3 capítulos sobre as tecnologias tridimensionais envolvendo o tema Egito Antigo.
“A pedra que rola não cria limo” antigo provérbio atribuído a Públio Siro (séc. I a.C.) ou a Erasmus (séc. XV) vale também para as pedras do deserto. Por isso neste dia Internacional do Rock vamos falar do Rock e o Egito Antigo.
O Egito dos faraós sempre exerceu uma forte influência na música ocidental, desde Mozart “A Flauta Mágica” (1791) até os dias de hoje.
As bandas de rock sempre viram no Egito antigo uma fonte de inspiração desde os anos 50. Na escolha dos seus nomes, nas capas de seus álbuns, nas letras e melodias de suas músicas e nos vídeos. Nosso objetivo aqui não é abordar de forma exaustiva este tema, mas apresentar as que mais se destacam.
Antes de darmos alguns exemplos da influência no rock temos que lembrar que não foi só neste gênero de música que o Egito deixou a sua marca. As influências estão em praticamente todos os gêneros musicais contemporâneos como por exemplo, no grupo instrumental The Pharaohs com seu álbum “Awakening” (1970) inspirado em temas egípcios e que foi mais tarde fonte para a criação do grupo de Música Disco Earth, Wind & Fire e seus álbuns com capas inspiradas no Egito Antigo.
O Hip Hop também não escapou desta influência só para citar uma banda temos o Army of the Paharohs.
Mas falando em rock uma das primeiras bandas que ligou a sua imagem ao Egito foi o cantor Sam the Sham que se apresentava de turbante acompanhado pelos The Paraohs vestidos como árabes e sua famosa música “Wooly Bully” (1952) e que mais tarde tentaram reproduzir este sucesso com “Pharaoh-A-Go-Go” (1966).
Uma curiosidade dentro deste tema é a banda de esqueletos chamada “Tíbia e as Fíbulas” que ao estilo das bandas de rock dos anos 60 toca a música “It is the mummy” no fantástico stop motion Mad Monster Party (1967).
Possivelmente uma das músicas mais curiosas é o rock adolescente das meninas norte americanas The Tammys “Egyptian Shumba” (1963) cuja letra diz: “Ontem à noite eu sonhei que estava no Nilo, dançando com você estilo egípcio…As múmias nos pegaram…”
Mais um exemplo no estilo pop rock adolescente dos anos 60 temos Tracey Dey “Teenage Cleopatra” (1963) letra escrita por Beverly Ross famosa por seu sucesso dos anos 50 Dim, Dim The Lights” com Bill Haley and his Comets e “Lollipop” com The Chordettes.
No estilo psychodelic rock temos Mighty Baby “Egyptian Tomb” (1969).
Nos anos 70 uma referência indireta e pouco conhecida ao Egito antigo é Frank Zappa com seu “Re-gyptian Strut” (1977) uma versão da música de Salah Ragab “Egypt Strut” (1968) inspirada em Tutankhamun. Salah foi fundador da primeira banda de jazz do Egito The Cairo Jazz Band.
Nos anos 80 o grupo de rock progressivo The Allan Parsons Project lançou “Eye in the Sky” (1982) para muitos o melhor álbum da banda com a sua capa dominada por um grande Olho de Hórus sobre um fundo verde.
Mas quando falamos de anos 80, música e Egito, não podemos deixar de pensar em um dos clássicos do pop rock “Walk Like an Egyptian” The Bangles (1986) que chegou a ganhar várias versões incluindo country do grupo formado pelos irmãos do Arkansas The Cleverlys e versão metal da banda italiana do Linea 77.
Outro clássico do pop rock egipcianizante é “Remember The Time” (1991) de Michael Jackson com o vídeo oficial reproduzindo a corte de um faraó (Eddie Murphy) com Magic Johnson interpretando um guarda do palácio.
O guitarrista Richard Thompson, faz tempo que demonstra seu fascínio por letras relacionas ao Egito dos faraós “Pharaoh” (1988) mas em “My Daddy Is a Mummy” (2006) que ele se supera cantando a trajetória de um faraó, de seu embalsamamento até ser exposto em um museu.
Mas é no Heavy Metal e suas variações que o Egito Antigo mais deixou a sua influência. Talvez o primeiro grande representante desta influência seja o Iron Maiden com seu álbum Powerslave (1984) e sua criativa capa, obra do artista Derek Riggs, com um “templo-pirâmide” onde escondida na decoração está a inscrição “’Indiana Jones Was Here 1941”.
Nile, banda norte americana de Technical death metal que combina elementos orientais, criada em 1993 foi a primeira no gênero a usar os mitos e a história dos egípcios como tema de suas letras e a dar nomes explicitamente egípcios para elas: “User-Maat-Re”, “The Burning Pits of the Duat” e “Sacrifice Unto Sebek” entre outras.
Mercyful Fate na sua música “Egypt” (1993) fala do julgamento da alma no tribunal de Osíris e a letra diz: “Egito volta para mim, Egito sem começo nem fim”.
Yangwie Malmsteen, guitarrista sueco em sua “Pyramid of Cheops” (1994) com uma incongruente introdução de sitar indiana fala da construção da pirâmide de Khufu segundo a velha visão hollywoodiana de escravos chicoteados.
A banda de metal progressivo Symphony X trata do tema da maldição dos faraós na sua música “Pharoah” (1997).
Iced Earth “Im-Ho-Tep Pharaoh’s Curse” (2001) inspirada no filme “A Múmia” da Universal de1932 e sua refilmagem de 1999.
Com uma bela introdução a banda de power metal alemã Edguy com a música “The Pharaoh” (2001) trata o mundo sombrio dos deuses egípcios.
Outra banda alemã Freedom Call com uma música também chamada “Pharaoh” (2001) fala do poder do faraó Ramessés, embora não especifiquem qual deles é de se imaginar que seja “O Grande” Ramessés II.
Khert-Neter banda finlandesa de death metal formada em 1999 totalmente inspirada em temas egípcios, o seu nome significa “Cemitério” em egípcio antigo e suas músicas baseadas em mitos egípcios possuem títulos sugestivos como “Sekhmet The Destroyer”, “Um-Nefer” e “Arrival of the Funeral Dogs” (2001)
A banda de death metal que combina elementos orientais variados em suas músicas é a canadense Aeternam iniciada em 2007, possui músicas inspiradas em divindades egípcias como “The Coronation of Seth”.
Com temática em mitos egípcios também temos a alemã Maat com músicas como “Shards Of Osiris” (2014).
Ficaram de fora desta nossa lista, músicas contemporâneas que não são classificadas como rock ou seus diferentes gêneros como “Akhnaten” de Philip Glass, “Nights Over Egypt” The Jones Girls, “Egyptian Song” de Chaka Khan, “Egypt” de Kate Bush, “Egyptian Queen” Louise Redknapp.
Músicas que fazem pouca referência ao Egito também não foram listadas como “Creeping Death” Metallica, “Egypt (The Chains Are On)” Dio”, “Man On The Moon” R.E.M., “Sleeping Bag” ZZ Top, “Sleeping Bag ou “Like Egypt Was” Michael Penn.
Ou ainda “Little Egypt” Elvis Presley, “She Belongs to Me” Bob Dylan, “Egyptian Gardens” The Kaleidoscope, “The Nile Song” Pink Floyd e “Spirits of Ancient Egypt” Paul McCartney & Wings.
Músicas que só fazem referência direta ao Egito em seus títulos como “Pyramid Song” e sua versão inicial “Egyptian Song” do Radiohead ou no seu nome como a banda de rock polonês Ankh também não foram incluídas.
Para concluir não vamos deixar de falar do rock no Egito contemporâneo.
Massar Egbari banda de Alexandria lançada oficialmente em 2005 mistura rock com jazz e influências orientais com letras voltadas para os problemas sociais.
O Metal também possui representantes egípcios uma das primeiras bandas foi a Crescent formada 1998 com músicas falando de temas da mitologia egípcia como as do álbum “The Order of Amenti” (2015).
Outro Metal egípcio, a Scarab formada oficialmente em 2006.
O Cairo desde o final do século XIX é um grande centro de entretenimento, seus bares, cafés e restaurantes são famosos, retratados em filmes, contos e romances com os de Naguib Mahfouz. Este estilo de vida favoreceu muito o surgimento de bandas de rock que iniciaram suas carreiras no Cairo e hoje se apresentam em várias partes do mundo. Além das já citadas temos também: Wust El Balad uma banda de soft rock indo para world music, além de ser uma das mais antigas (1999) é a de maior sucesso e maior público tanto no Egito quanto em festivais europeus.
Cairokee, criada em 2003 é uma banda de pop rock que trata com bom humor temas sociais e problemas do cotidiano dos egípcios.
Anarchy uma das primeiras bandas de heavy metal egípcio em atividade desde 2008 tem em suas letras temas do Egito faraônico e grego com um som bastante pesado. Outra banda com som pesado é a Sinprophecy a primeira a tocar no estilo death doom melódico no Egito, fundada em 2009.
Ahl Sina criada em 2009 é a mais mística de todas as bandas deste cenário de rock egípcio, com músicas melodiosas e temas sobre a criação do mundo.
Code Masr criada em 2011 outra banda que mistura ritmos orientais com rock progressivo e jazz.
Shutterglass é uma banda de rock alternativo do Cairo formada em 2012 com influências de bandas como The Doors, Oasis, Dream Theater, Led Zeppelin, Coldplay, Nirvana, e Alter Bridge.
Zigzag criada em 2012 mistura punk rock com música eletrônica. Darwasha Project banda fundada em 2012 mistura influências da música folclórica egípcia com rock metal.
Varden das bandas egípcias é a representante do symphonic power metal, com belos arranjos e orquestra, suas letras em inglês que falam de mundos míticos e heróis.
Hateful Desolation formada em 2013 no Cairo é a mais sombria de todas, como o próprio nome indica, é possivelmente a de maior sucesso atualmente entre os headbanger egípcios.
Como dissemos nosso intuito não foi fazer uma listagem completa das bandas de rock e cantores que tiveram o Egito antigo como tema ou fonte inspiradora para suas músicas.
Para terminar temos que lembrar do maior guitarrista egípcio e para muitos o maior de todo mundo árabe Omar Khorshid (1945-1981) que acompanhou os principais cantores egípcios entre eles a imortal Umm Kulthum.
Escolhemos como indicação a sua composição Wadil Muluk o “Vale dos Reis”
Entre os dias 26 a 30 de novembro de 2018 ocorreu a VI SEMNA, a Semana de Egiptologia do Museu Nacional. Este evento contou com a solidarização e com as contribuições de muitos que ajudaram o Laboratório de Pesquisas SESHAT a realizar a SEMNA após o trágico incêndio do Museu Nacional ocorrido em setembro de 2018.
O Laboratório de Egiptologia do Museu Nacional agradece imensamente a ajuda de todos. Através de nossa Campanha de Financiamento Coletivo arrecadamos R$ 3.921,00. Com esse valor conseguimos confeccionar: 300 crachás, 3 banners; blocos e canetas, além de todos os materiais de consumo necessários para garantir a realização da VI Semna!
Abaixo os nomes em ordem alfabética dos contribuidores que ajudaram a tornar possível a VI Semana de Egiptologia do Museu Nacional: